sábado, 7 de março de 2009

"Tentei descobrir na alma alguma coisa mais profunda do que não saber nada sobre as coisas profundas. Consegui não descobrir."

Manoel de Barros



- - -patchwork- - -



pudera eu compartilhar o simbolismo de cada palavra

divisão recíproca dos - - -patch- - - da minha alma suave

pena! que algumas palavras voam pássaros e pousam pedras



mas mesmo assim insisto sempre

não faria melhor outra coisa que a colcha da minha existência

transmutada em - - -types- - - que talvez só eu mesma decifre

e também não me iludo!

as palavras só terminam em quem aterrisam



feliz! que, por vezes, alguns apaixonantes me desvendam

já outros absortos reorganizam o que eu achava ser a melhor ordem de mim

fazer o quê?! - - -other collages- - -
“Com todo o perdão da palavra, eu sou um mistério pra mim. E eu suponho que me entender não seja uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato. E nem eu me entendo, pois sou infinitamente maior que eu mesma, eu não me alcanço. Mas eu fui obrigada a me respeitar, pelo fato de não me entender. Qual palavra me representa? Uma coisa eu sei: eu não sou o meu nome. Meu nome pertence aos que me chamam.” Clarice Lispector

segunda-feira, 2 de março de 2009

Tabatinha!
*PS: Me responde só uma perguntinha: Você no seio mais profundo da sua eco-chatice é a favor da eutanásia de formigas? Te pergunto isto porque é uma questão muito importante pra mim. Eu que não mato nem uma formiga (1) e você que não mataria nem se quer um boi baby em prol do churrascão pra galera. Então! Suponhamos que você esteja lá no seu quintal e vê uma pobre formiguinha machucada por um ser insensível/desprezível (2) , e após minuciosa análise percebe que ela tá tão debilitada, e de acordo com seu conceito inseto-clínico, não há solução pro seu caso. Para minimizar seu sofrimento e pra que ela não se torne um peso morto e motivo de chacota entre as outras operárias, vai lá e acaba o serviço.
Se a resposta for positiva, pense na possibilidade dela ter família e de ser bastante possível que mesmo sem algumas anteninhas e pernas ela consiga se reintegrar à sociedade das formigas local, ou até mesmo se ingressar numa comunidade para formigas portadoras de mobilidade reduzida? E você ser igual perante a lei de Deus, foi lá e cometeu eutanásia num ser não menos divino que merecia viver, e que não cabe a você decidir sobre seu estado de vida ou morte (3) .
Agora se sua resposta for negativa:
- Não! Eu não vou intervir nas leis da natureza que a tudo regem, me abstenho de tal decisão. Deixe que a ordem natural das coisas decida por si só.
Seria de cortar o coração passar lá uns dois dias depois e ver a pobre coitada lá se debatendo, contorcendo, agonizando sem poder se mover direito e morrendo lentamente de frio ou de fome.
Pois bem! É um dilema, né! Um verdadeiro impasse. Pergunta de nível filosófico tão avançado que há de se vir e convir que “o porquê” vagará eternamente.
Ponto.

(1) E não gosto de arrancar nem se quer uma folhinha das plantas.
(2) É com pessoas covardes que machucam e torturam formigas que temos que dividir o mundo.
(3) Aqui! uma outra pergunta: as formigas saram?