quinta-feira, 19 de novembro de 2009

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De língua pra lua

Há tanto tempo que não há tempo pra tanto.

Miro o muro e vejo o eixo central dessa galáxia inóspita
Miro o belo e meço meramente o mero
Homero vai à luta
O homem vai à luta com Homero
Meramente homem

A união faz a força
E a força faz o que?
A força faz a forca
A força vai à forca
A foca bate palma e sai de foco
O oco foca e fica
A oca fica e faca
Fulgor fica a faca

o inca cai, quebra e vira totem

E tem presa...
E o trem passa
Eu hei de entender o que se passa se passar um pouco mais perto de mim

Há tanto tempo
que não há tempo pra tanto
Há tanto que tento

E troco dropes por momentâneos beijos de amor

Pois quem sabe se sobe ou se desce?
Se manda ou obedece?
Se emana ou esquece?
Ou hermana prece?
Quem sabe se levanta ou cai?
Se entra ou sai?
Se eu se ai?
Se bem foi ou vai?
Quem sabe se segura ou solta,
Quem sabe se vai ou volta
Quem sabe se sabe ou apenas quis saber
Porque deveria e há de saber
Quem sabe de quê?
Ou quem quer que saiba
Que saber é ver o não saber
Que beber é só se embriagar
Que comer é só se fortalecer
E que fortaleza também cai!

Que se eu soubesse que sabia
Não saberia o que fazer
Pois quem caminha
Vai ou vem
Dependendo de quem olha
Eu tento olhar alguém
Pois se certo fosse o olhar
Olharia o incerto
O acerto se faria
Como deveria ser ou haveria de estar
Se fosse o querer acontecer e transformar

A verdade só quem sabe é a mentira
Que por sua vez sempre mente
Simplesmente.

Com um corte no pulso que pulsava um pouco de vida que vivia nesse mero pulso

onde estão os índios?
E os filantrópicos?
E os filatelistas?
E os caçadores de borboletas?
E as borboletas?

Os filósofos se escondem nos bares...

O ar começa a ser vendido
Compre já!
Últimos estoques!

Estou farto de farpas, furtos e forte
Meus pés me levam até o para-peito de um prédio
Meu peito pára na calçada da rua mais próxima

Mas o show tem que continuar...

A América metricamente se recente de tudo que fez, faz e fará

Planeta terra
Planeta amputado
Sepultando se sepultado
Se putas ou putanas
Ou sepulta esse veneno

E eu aqui tentando ninar

Inanir

Ir não vir
Ser não ver
Sou
Som


O hormônio do meu homônimo
Não é igual ao meu.

Choro nas horas vagas
E vago um coração
Alguém quer?

"

Michel Melamed
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Um comentário:

renatamara disse...

*Dica Importante: E não se esqueça de consultar nos retalhos do texto os significados destas palavras, do contrário, todo trabalho terá sido em vão.